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A cultura participativa



A sociedade em rede está intimamente ligada aos mecanismos que permitem criar redes para a disseminação, partilha, construção e reconstrução do conhecimento. Esta ideia é essencial para a compreensão do funcionamento das redes, a que cada um se liga para criar a sua entidade individual e coletiva numa multiplicidade de dimensões, permitindo criar novos espaços de cidadania e de aquisição do conhecimento, em torno do bem comum.

Rheingold (2012) afirma que a melhor maneira de crescer e viver na sociedade em rede é através do que ele próprio denomina de "o poder da participação"  partindo do princí-pio que não basta alimentar as redes com informação, há que saber transformar, adaptar e criar informação a partir da cooperação entre todos. Cada indivíduo deve ser um pro-dutor de cultura digital, consumi-la apenas não é suficiente para o desenvolvimento hu-mano. 

A vida em rede transformou-nos de simples consumidores de informação em transformadores dessa informação (implicando o consumo e a produção). Estamos nos primeiros anos da emergência de uma “cultura participativa”, segundo Rheingold (2012). “As pessoas que acham que são capazes de criar e também de consumir são cidadãos diferentes. E suas participações tornam a sociedade diferente e melhor”  (p. 249). Este poder de transformação da informação é a grande característica da cultura participativa, em que todos nós somos consumidores e produtores, muitas vezes, simultaneamente e de forma inconsciente. 

Numa cultura participativa o pensamento individualista dá lugar ao pensamento conetivista pois é construído pela colaboração de pensamentos uns dos outros. Quer isto dizer que cada nova ideia publicada e partilhada convida a novas colaborações criando aquilo a que chama de "Inteligência Coletiva" mencionada por Levy (1999).

As nossas interações em rede, e a forma como as fazemos, alteraram a forma de nos relacionamos com o conhecimento e com a informação, permitindo a reconfiguração dos nossos processos relacionais e sociais. Será então, espectável que a forma como aprendemos também sofra uma mutação fruto destas novas dinâmicas sociais?

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