- Espaço de apoio à utilização do Facebook por pessoas em situação de desemprego -

Paulo Jota

A sua foto de perfil do Facebook diz muito sobre si

Vivemos cada vez mais online. As chamadas redes sociais digitais, como o Facebook, são uma das características que melhor identificam a forma como a tecnologia está a influenciar a nossa vida atual, tanto a nível pessoas como profissional. E muitas vezes nem se quer temos consciência das verdadeiras implicações. 
O Facebook parece que solidificou a liderança destas redes sociais e o número de pessoas o utilizam é cada vez maior. Na minha opinião o Facebook, além de todas as suas características e potencialidades, tornou-se uma poderosa ferramenta de comunicação. Talvez seja mais correto chamar-lhe de “plataforma de comunicação” pelos diversos tipos de interação de possibilita. 
Assim, penso que não é polémico afirmar que a forma como utilizamos o Facebook diz muito sobre a nossa personalidade. Se isto é fácil de aceitar a nível pessoal também deve ser fácil de compreender a nível profissional. Principalmente por aqueles que estão à procura de emprego.
Para as empresas que estão a contratar, a utilização do Facebook também é uma forma de descobrir exatamente quem são as pessoas com quem querem trabalhar.
Há uns messe li sobre um estudo, realizado por uma universidade da Bélgica, que revelou que os candidatos a um emprego, com as mesmas qualificações, “tinham 40% mais de hipóteses de serem contratados se estivessem totalmente vestidos na foto de perfil do Facebook, principalmente com uma roupa formal. Aqueles que não estavam a sorrir tinham menos hipóteses de serem chamados para uma primeira entrevista, mesmo que estivessem vestidos com roupa de executivo.”
O investigador defendia que “os candidatos com a foto de perfil mais favorável no Facebook receberam 21% mais respostas positivas às suas candidaturas, em comparação com os candidatos com foto de perfil menos favorável”. E concluía que, os empregadores viam “a foto de perfil do Facebook como um sinal honestidade”.

Por exemplo, vamos considerar as seguintes fotos de perfil do Facebook:
      
Segundo as conclusões do estudo, as fotos 1 e 2 têm melhores hipóteses de contratação do que as fotos 3 e 4. Por outro lado, a foto 3 é suscetível de ter melhores hipóteses do que a foto 4.

Para melhor compreender estes resultados convém termos em conta a forma como os investigadores fizeram o estudo. Começaram por enviaram 2112 cartas de resposta fictícias a propostas reais de emprego, na Bélgica. Todos os candidatos tinham currículos iguais, a única coisa que diferia eram as fotos e os nomes no Facebook. Para tal, foram criadas contas falsas nesta rede social. As imagens de perfil foram previamente classificadas numa escala de 1 a 7, por 195 pessoas, de acordo com cinco traços de personalidade – afabilidade, consciência, estabilidade emocional, extroversão e abertura –, bem como capacidade de atração.
Este estudo, apesar de ter sido realizado noutro país, leva-me a pensar se não poderá representar também a nossa realidade? No mínimo, prova que é cada vez maior a tendência dos empregadores usarem as redes sociais para avaliarem potenciais candidatos. 
É claro que este assunto chama outros temas que estão na ordem do dia, como o direito à privacidade e à livre expressão de cada um, principalmente no ambiente profissional. Mas isso são polémicas para outros textos.
Para terminar, e em talho de conclusão, apenas quero lembrar que tudo o que fazemos nas redes sociais diz algo sobre nós e contribui para os outros construírem uma imagem de nós. Por isso parece-me compreensível que um empregador também procure construir uma imagem dos candidatos a partir de outras fontes, para além das limitações do clássico currículo.

Será que a forma como nos apresentamos (a roupa, a postura, os gestos, etc.) contribui para a construção da nossa imagem? 
A resposta é “SIM”. E acrescento… é o fator fundamental para o sucesso numa entrevista de emprego. 
Então, também me parece que o mesmo se aplica à nossa vida online.

Para saber mais sobre o estudo referenciado clique aqui.


Paulo Jota
Empresário na área das energias renováveis.
Engenheiro pelo Instituto Superior Técnico (Lisboa) e pós-graduado pela Queensland University of Technology (Austrália).

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