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O desemprego e a quebra dos laços sociais



Já referimos que o desemprego, além de levar a uma certa desqualificação social, origina uma redução da sociabilidade “contribuindo paulatinamente para a desvinculação dos laços sociais” (Bento, 2010, p. 1). Também já constatamos que o trabalho não é só o meio de assegurar a vida material, é também, uma forma de encontrar pessoas.

A empresa é “um sítio que junta e integra pessoas (…) num projeto racional. Constitui um meio social. A empresa é um dos lugares da socialização, essencial numa sociedade produtivista, tal como a família e a escola.” (Loison, 2000, p. 2). Assim, rompimento de laços sociais desenvolvidos no trabalho ocasiona, frequentemente, “o isolamento social do sujeito, assim como o sentimento de solidão” (Marques, 2009, p. 88).

Pesquisas realizadas por Loison (2000) mostram que os desempregados tendem a isolar-se das suas diversas redes de sociabilidade. Perante a quebra destes laços sociais, fecham-se na esfera doméstica pois têm vergonha do seu estatuto inferior. Um sentimento de “humilhação impede-os de ter o sentimento de pertencer a uma classe social e mantêm uma relação distante com os outros desempregados” (p. 2).

As relações interpessoais e a rede de contactos são vitais “para o relacionamento com pessoas e empresas, pois possibilita a prospeção de novos negócios ou de novas oportunidades de trabalho” (Oliveira J. F., 2005, p. 701), por isso são fundamentais para a reinserção/readaptação dos indivíduos a novos cenários sociais.