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O emprego e a situação de desemprego



O trabalho na nossa sociedade assume um papel central nas vivências do indivíduo por-que é visto como “a satisfação mediata do desejo e da carência. É um processo de transformação do indivíduo” (Oliveira J. F., 2005, p. 967)tornando-o num membro ativo da sociedade.
Assim, o facto de ter um emprego corresponde a ter um espaço na sociedade e “é um dos fatores que levam à inserção e ao reconhecimento social” (Oliveria & Arcoverde, 2015, p. 4). Não ter trabalho significa, geralmente, “estar sem suporte, sem proteção e viver num estado de dependência que tem tendência a perpetuar-se, especialmente nas populações já de si carenciadas e com baixas qualificações” (Santos A. F., 2010, p. 31). Embora, a situação de desemprego seja uma fase de transição, de certa forma limitada no tempo, incorpora algum grau de mudança e incerteza exigindo dos indivíduos uma adaptação que nem sempre é fácil.

A inserção no mercado de trabalho permite que o individuo tenha, além de um salário e determinados direitos sociais, também a configuração de uma identidade pessoal, uma elevada autoestima e a inserção na sociedade. Esta dimensão relacional remete-nos para as redes de relações que permitem a integração e a sociabilidade, por exemplo, na família, amigos, vizinhos e no emprego. Quando estas redes falham o indivíduo entra num processo de desidentificação, o que o pode levar à autoexclusão social porque uma “per-da de laços relacionais (…) marca a ruptura do indivíduo com o meio social que o envolve” (Santos A. F., 2010, p. 11). Os indivíduos desempregados acabam por se “tornar mais frágeis e vulneráveis a situações de exclusão social” (Marques, 2009, p. 112) ficando, muitos deles, à margem da sociedade.

Importa referir que, quando se fala em exclusão social, estamos a referir “todas as esferas [redes] que a sociedade inclui, quer seja a família, a rede de amigos, a comunidade local ou cultural, a sistemas políticos ou económicos” (Santos A. F., 2010, p. 10). Assim, quanto maior for o número de esferas sociais (redes) das quais o indivíduo se afastar mais profundo é o seu estado de exclusão social, o qual tende a aumentar com o aumento do tempo de desemprego. Como o efeito de bola de neve.