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O Facebook e o Capital Social



A capacidade do Facebook para criar capital social tem vindo a ser estudada por muitos autores, os quais apontam que a suas características “permitem a produção e manutenção dos laços fracos e laços fortes o que pode influenciar positivamente a satisfação de vida dos utilizadores, a confiança social, interações cívicas e participação pública” (Valenzuela, Park , & Kee, 2009). Por exemplo, Rheingold (2012) refere várias pesquisas que relacionam a utilização Facebook de forma eficaz com o fortalecimento do capital social.

Estudos realizados por Steinfield, Ellison, & Lampe (2008) defendem que o Facebook é usado para manter contacto com velhos amigos, manter ou intensificar relações caracterizadas por alguma forma de ligação offline, contribuindo assim para tornar laços latentes em laços fracos, através da informação que disponibiliza e a facilidade de interação que pode motivar o contacto que de outro modo não existiria. Amante (2014) observa que, apesar de parecer encorajar a criação de laços fracos, mas não criar necessariamente as condições para a criação de laços fortes, é importante para “perdurar o capital social, funcionando como forma de manter contactos que de outro modo se perderiam” (p. 33).

Já Steinfield, Ellison, & Lampe (2008) destaca os adultos (emigrantes digitais) que “estão utilizando o Facebook para manter o relacionamento com a sua rede de amigos, com um impacto positivo sobre a acumulação do capital social e estabelecimento de pontes”  (p. 444). Além disso, as funcionalidades desta rede social parecem oferecer affordances (1)  importantes, especialmente para aqueles que de outra forma têm dificuldades em criar e manter um número grande e heterogéneo de contactos na vida real, algo que é uma im-portante fonte para o capital social.

(1) O termo affordance, traduzido para português como propiciamento (Paiva, 2009), indica uma oportunidade para a ação que o ambiente oferece ao agente, independente de o agente fazer uso dela ou não (Donald, 2011, p. 228). No campo da pedagogia também é utilizado para “relacionar o valor potencial de determina-das tecnologias no processo de aprendizagem” (Costa, 2013, p. 12), necessárias para atingir um objetivo.

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